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MINHAS METAS

Este tema tem por finalidade explorar a fundo os principais riscos, sejam eles: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, aos quais estão expostos os colaboradores da área da saúde.

Além das consequências para a saúde dos colaboradores de atendimento direto e indireto, exercidas por cada um dos riscos apresentados.

Ao final deste tema de aprendizagem, você será capaz:

  • Conhecer os principais riscos físicos envolvidos nas atividades laborais dos trabalhadores em saúde.
  • Apresentar os principais riscos químicos envolvidos nas atividades laborais dos trabalhadores em saúde.
  • Compreender os principais riscos biológicos envolvidos nas atividades laborais dos trabalhadores em saúde.
  • Informar sobre os principais riscos ergonômicos envolvidos nas atividades laborais dos trabalhadores em saúde.
  • Entender os principais riscos psicossociais envolvidos nas atividades laborais dos trabalhadores em saúde.

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Riscos Físicos

Discutir riscos, sejam eles de qualquer natureza, faz-se necessário no contexto hospitalar, em função do atendimento prestado e também pela complexidade de relações laborais que acontecem nesse ambiente. A demanda específica e emergencial que ocorre nesse ambiente expõem os colaboradores a diversos riscos durante a realização de suas atividades, o que ressalta a necessidade de conscientizá-los e orientá-los, buscando minimizar a incidência de sinistros e da exposição aos riscos inerentes à atividade. Vale destacar que a saúde do profissional em saúde também deve receber atenção e deve ser monitorada, especialmente no que tange à saúde psicossocial. Para tanto, os hospitais enquanto organizações devem possuir um olhar diferenciado para seus colaboradores, utilizando de inúmeras ferramentas voltadas ao acompanhamento da saúde do seu quadro de colaboradores. Além disso, iremos abordar as legislações e diretrizes específicas que permeiam e orientam na realização das práticas laborais em saúde. Tal especificidade se faz necessária em função das peculiaridades do ambiente hospitalar.

Logo, atender as especificidades previstas pela NR 32, por exemplo, fazem-se de suma importância para a prática laboral.Nesse sentido, ao fim deste tema de aprendizagem, esperamos contribuir com informações acerca dos riscos existentes em um ambiente hospitalar, tornando você, futuro profissional da saúde, ciente e apto para a realização de suas atividades. Os ambientes hospitalares concentram inúmeros agentes e/ou fatores de risco, alguns deles ocultos ou desconhecidos, mas que podem causar danos à saúde do trabalhador. Observam-se deficientes medidas acerca da gestão de riscos ocupacionais e, diante da magnitude dos problemas consequentes da falta de biossegurança, a exposição aos agentes de risco é uma realidade. Assim, dando continuidade a nossa discussão, vamos conhecer mais detalhadamente cada um dos riscos já citados. Antes de iniciarmos nosso estudo, vale ressaltar que, além da NR 32, já vista anteriormente, também existem outras importantes normativas que preconizam a segurança do trabalhador, como:

DESENVOLVA O SEU POTENCIAL

BIOSSEGURANÇA E BIOÉTICA

Estabelece a necessidade de as empresas possuírem uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Regulamenta o uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s).

Prevê a implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) para determinadas empresas, de acordo com grau de risco.

Em relação à CIPA em ambientes hospitalares, conforme informações disponíveis no endereço disponibilizadas pelo hospital Nardini ([2017], on-line), ela deverá estabelecer medidas como:

Sugerir medidas de prevenção de acidentes julgadas necessárias, por iniciativa própria ou sugestões de outros empregados, encaminhando-os ao empregador.

Promover a divulgação e zelar pela observância das normas de segurança e medicina do trabalho ou de regulamentos e instrumentos de serviço emitidos pelo empregador.

Promover, anualmente, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho - SIPAT

Registrar, em livro próprio (previamente autenticado pelo órgão regional do MTb), as atas das reuniões da CIPA e enviar, mensalmente ao empregador, cópias destas.

Preencher um documento obrigatório denominado Anexo I (Controle de Acidentes de Trabalho Trimestral), mantê-lo arquivado, de maneira a permitir acesso a qualquer momento, sendo de livre escolha o método de arquivamento.

Enviar trimestralmente cópia do Anexo I ao empregador.

Especificidades:

  • Desde 11/08/88, compete ainda à CIPA, no âmbito de empresas onde se acha organizada, a promoção de campanhas de prevenção contra Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS/SIDA, na forma estabelecida pela Portaria MTb nº 3.195/88. A Campanha Interna de Prevenção da AIDS (CIPAS) tem por finalidade divulgar conhecimentos e estimular, no interior das empresas e em todos os locais de trabalho, a adoção de medidas preventivas contra a AIDS, passando a integrar a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes (CANPAT).
  • Caberá, ainda, à CIPA, no âmbito de empresa em que se acha organizada, promover campanhas educativas, demonstrando os efeitos nocivos do FUMO, caso tenha a empresa aderido às medidas recomendadas na Portaria Interministerial (MTb/MS) nº 3257 de 22/05/88.

Agora, já contextualizado em relação às normativas que atuam sobre todos os riscos que serão expostos neste tema de aprendizagem, vamos prosseguir com o nosso estudo sobre os riscos ambientais a que estão expostos os profissionais da saúde, abordando, inicialmente, os riscos físicos.

Os riscos físicos correspondem às diversas formas de energia, as quais os indivíduos estão expostos, podendo ser originadas de equipamentos ou de outras fontes (SANGIONI et al., 2013). O trabalhador da área da saúde convive com muitos agentes de desconforto, como a exposição à temperatura extrema, ruídos tecnológicos presentes no cotidiano, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontiagudos, os quais geram incômodo e estresse ao trabalhador (OLIVEIRA; LISBOA, 2009; SANGIONI et al., 2013).

Acredita-se que os agentes físicos capazes de prejudicar a saúde do trabalhador passem despercebidos pela equipe, fazendo com que ela se habitue a conviver com eles na sua rotina de trabalho, desconsiderando danos e subnotificando acidentes com esses agentes (SULZBACHER; FONTANA, 2013). Vamos conhecer, agora, os principais riscos físicos associados à área da saúde.

Radiações

Radiação é a energia que se propaga a partir de uma fonte emissora por meio de qualquer meio, podendo ser classificada como energia em trânsito. Todos nós estamos expostos à radiação natural e à radiação artificial, principalmente em exames radiológicos médicos, odontológicos e equipamentos eletrofototerapêuticos usados na estética, fisioterapia e podologia. Assim, qualquer tipo de radiação interage com corpos, inclusive o humano, depositando neles energia (OKUNO, 2013).

Os efeitos da radiação dependem de vários fatores, como: dose total, tipo de radiação, idade do indivíduo, estágio de divisão celular, parte do corpo exposto, estado geral da saúde, volume de tecido exposto e intervalo de tempo em que a dose é recebida (BOSCHI et al., 2004). Desse modo, o efeito que a radiação produz na matéria com a qual interage permite classificá-la em não ionizante e ionizante (OKUNO, 2013).

Radiação não Ionizante

A radiação não ionizante (RNI) refere-se a qualquer tipo de radiação eletromagnética que não possui energia suficiente para ionizar átomos ou moléculas diretamente (FLORES-MCLAUGHLIN; RUNNELLS; GAZA, 2017). Os exemplos mais conhecidos são: luz visível, infravermelho, laser, micro-ondas, radiofrequência e ultravioleta.

Segundo Havas (2017), as RNI, ou radiações não ionizantes, são prejudiciais à saúde humana, devido ao aumento dos radicais livres, provocando danos oxidativos às células, o que pode estar associado à ocorrência de doenças como o câncer.

Radiações Ionizantes

A radiação ionizante (RI) é aquela que tem energia suficiente para ionizar átomos, isto é, os fótons perdem toda ou quase toda energia numa única interação com átomos, ejetando elétron deles que, por sua vez, saem ionizando átomos até pararem. São exemplos de RI os raios X e gama (OKUNO, 2013). Os profissionais que trabalham com diagnósticos de raios-x, medicina nuclear, radioterapia e odontologia são os mais afetados pelas RI (SEARES; FERREIRA, 2011, on-line).

Figura 1: Símbolo para a radiação não ionizante.

Fonte: Shutterstock (2022).

Figura 2: Símbolo para a radiação ionizante.

Fonte: Shutterstock (2022).

A exposição da radiação ionizante pode induzir a efeitos biológicos em órgãos ou tecidos pela produção de íons e disposição da energia, que podem danificar moléculas importantes, como o DNA. Nessas situações ocorre a produção de radicais livres, que são moléculas quimicamente reativas com elétrons desemparelhados, produzidos pela interação da radiação ionizante com os tecidos, acarretando diversos danos à saúde (DIMENSTEIN; HORNOS, 2013).

E você sabe como podemos controlar as radiações ionizantes em ambientes hospitalares? Teoricamente, não há material nem forma de blindar todas as radiações, e esse fato evidencia a necessidade de proteção radiológica. A proteção se fundamenta em três princípios conhecidos:

onde houver atividade com exposição à radiação ionizante, deve-se justificá-la, levando-se em conta os benefícios advindos.

A otimização da proteção está ligada à filosofia ALARA (as low as reasonably achievable), que em uma tradução livre significa “tão baixo quanto razoavelmente exequível”, o que implica sempre em diminuir a dose de exposição à radiação, tanto do paciente quanto do indivíduo ocupacionalmente exposto.

A limitação da dose, as quais não devem ser superiores aos limites estabelecidos pelas normas de radioproteção de cada país (SEARES, FERREIRA, 2011, on-line2; SOARES; PEREIRA; FLÔR, 2011; OKUNO, 2013).

Cada país tem um órgão que faz adequações nas normas internacionais e as adota para regulamentar o uso das radiações. No Brasil, as diretrizes básicas referentes à proteção radiológica estão apoiadas na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e os procedimentos, critérios científicos e metodológicos detalhados na Posição Regulatória 3.01/008:2011 (SEARES, FERREIRA, 2011, on-line2; OKUNO, 2013).

Conforme dados da CNEN (2014, p. 13), em sua norma CNEN-NN-3.01:

Figura 3: Dosímetro: equipamento indispensável aos profissionais da saúde ocupacionalmente exposto

Fonte: Shutterstock (2022).

[...] os limites de dose ocupacional são valores de dose efetiva ou equivalente, estabelecidos pela exposição ocupacional, cujas magnitudes não devem ser excedidas, nem consideradas como fronteiras entre o “seguro” e o “perigoso”. A finalidade dos Limites de Doses Ocupacionais é garantir um nível adequado de proteção individual para cada IOE (Indivíduo Ocupacionalmente Exposto), que deve ser estabelecido como condição limitante do processo de otimização da proteção radiológica, um valor de restrição de dose efetiva, levando em consideração as incertezas a ela associadas, relativo a qualquer fonte ou instalação sob o controle regulatório. A recomendação para a exposição ocupacional é um limite de dose efetiva de 20 mSv (milisieverts) por ano, medidos sobre cinco anos (100 mSv em cinco anos), não podendo exceder a 50 mSv em um único ano qualquer.

Como medida preventiva, utiliza-se da blindagem, que está associada à proteção individual dos colaboradores, dos pacientes e da área de trabalho. Na blindagem individual, os profissionais são obrigados a usar os EPIs, como: protetor de tireóide, dosímetro (Figura 3), luvas, óculos e avental de chumbo (Figura 4).

Os aventais são constituídos de lâminas de chumbo, com espessura de 0,25 mm a 0,5 mm e podem pesar até 7,0 kg (SEARES; FERREIRA, 2011, on-line2; SOARES; PEREIRA; FLÔR, 2011).

A proteção dos pacientes compreende avental, protetor de gônadas, blindagem de escroto e ovário. Nas gônadas encontram-se células germinativas com alta divisão celular e alta radio sensibilidade, por isso há grande preocupação de proteger esta glândula contra a radiação ionizante (SOARES; PEREIRA; FLÔR, 2011). Por fim, as salas de radiação devem ser blindadas com chumbo ou equivalente em barita.

Pisos e tetos em concreto podem ser considerados como blindagens, dependendo da espessura da laje, tipo de concreto utilizado (vazado ou não), distância da fonte, geometria do feixe e fator de ocupação das áreas acima e abaixo da sala de raios-x (SEARES; FERREIRA, 2011, on-line).

Figura 4: Avental de chumbo utilizado pelos profissionais da saúde

Fonte: Shutterstock.

Figura 5: Acidentes radiológicos hospitalares ocorridos no Brasil e no mundo

Fonte: adaptado de Koscianski e Soares (2007); Okuna (2013); Harada (2016, on-line).

Para elucidar a importância da proteção radiológica, alguns exemplos de acidentes ocorridos no Brasil e no mundo estão descritos no Quadro seguinte.

Calor

Calor é um risco físico frequentemente presente em ambientes como hospitais, sendo, em especial, utilizado em operações de limpeza, desinfecção e esterilização. Os trabalhadores do serviço de cozinha e copa também estão expostos a esse risco por meio de fornos, fogões, equipamentos para frituras, banho-maria e caldeirões (ANVISA, 2003; OLIVEIRA; MUROFUSE, 2001).

O calor é uma forma de energia que pode ser transmitida de um corpo para outro, por radiação, condução ou convecção. A quantidade dessa energia (recebida ou entregue) é determinada pela variação de temperatura do corpo que cedeu ou recebeu calor (ANVISA, 2003). Dentro de unidades de saúde, as principais doenças que podem acometer os profissionais são: choque térmico, desidratação, cãibras e espasmos pelo calor (ALMEIDA et al., 2008)

À medida em que ocorre a sobrecarga térmica, o organismo dispara certos mecanismos para manter a temperatura interna constante, sendo os principais a vasodilatação periférica e a sudorese (SESI, 2007, on-line)4.

Vinculado à questão da temperatura, os trabalhadores da área da saúde ainda podem conviver com a exposição a extremos, o que desperta preocupação, tendo em vista o desarranjo climático e ambiental que assola o país, favorecendo ondas de calor que desidratam e provocam mal-estar ou a inexistência de climatização artificial (SULZBACHER; FONTANA, 2013).

Ruídos

Dentre os inúmeros riscos ambientais que os profissionais da saúde estão submetidos, o agente físico ruído, produzido no próprio ambiente hospitalar ou externamente, é responsável pelo comprometimento da saúde desses trabalhadores (PEREIRA et al., 2003; MIRANDA; STANCATO, 2008). Os níveis de ruído hospitalares encontram-se excessivamente elevados em decorrência dos inúmeros alarmes e equipamentos, além da conversação da própria equipe hospitalar (PEREIRA et al., 2003). Clínicas estéticas que trabalham com terapia capilar é um outro local que a acústica excede por causa de secadores de cabelo, atrapalhando e incomodando outros atendimentos simultâneos. Diante disso, esse ambiente, que deveria ser silencioso e tranquilo, torna-se ruidoso, transformando-se em um grande fator de estresse e podendo gerar distúrbios fisiológicos e psicológicos tanto nos pacientes como nos funcionários de uma unidade de saúde (PEREIRA et al., 2003). E afinal, caro(a) aluno(a), quem não guarda na memória a clássica imagem de um ambiente hospitalar, de uma enfermeira indicando para se fazer silêncio? (Figura 5). O silêncio deveria ser prioridade nos ambientes ligados à saúde, porém o que se observa é exatamente o contrário (COSTA; LACERDA; MARQUES, 2013).

Com relação aos níveis de ruído, a Organização Mundial da Saúde recomenda de 35 a 40 dB (OMS, 1999, on-line); enquanto que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1987) normatiza níveis aceitáveis entre 35 e 55 dB para diferentes ambientes hospitalares. Também existe a NR 15 que considera o ruído em impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 segundo,

a intervalos superiores a 1 segundo; e contínuo ou intermitente todo o ruído que não seja ruído de impacto (BRASIL, NR 15, 2014). A prevenção dos riscos associados aos ruídos para os trabalhadores pode ser feita a partir da adoção de medidas, como: a utilização de EPI’s, nos casos em que os ruídos não podem ser controlados, e redução do tempo de exposição dos funcionários, em conformidade com a legislação vigente.

Riscos Químicos

Segundo a NR 32, consideram-se riscos químicos substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pelas vias respiratórias,nas formas de poeira, fumo, névoa, neblina, gás ou vapor ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo por meio da pele ou ingestão. Tal norma estabelece (BRASIL, NR 32, 2005) as seguintes diretrizes:

Manutenção da rotulagem do fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde.

Identificação legível contendo o nome do produto, composição química, concentração, data de envase e de validade e nome do responsável, de todo produto químico manipulado ou fracionado.

LA proibição da reutilização das embalagens de produtos químicos.

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deve apresentar o inventário de todos os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos, com indicação daqueles que impliquem em riscos à segurança e saúde do trabalhador.

Além da NR 32, há outras medidas que visam à prevenção e controle dos riscos químicos, como: NR 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; NR 15 - Atividades e Operações Insalubres; NR 26 - Sinalização de Segurança; e Portaria Interministerial MS/MTE n° 482 de 16/04/1999 (CARVALHO; MAGALHÃES, 2013).

Trabalhadores da área da saúde, como enfermeiros, médicos, técnicos e auxiliares, estão expostos aos diversos agentes/fatores de riscos ambientais, como os riscos químicos gerados pelo manuseio de uma variedade de substâncias químicas e também pela administração de medicamentos que podem provocar desde simples alergias até graves neoplasias (XELEGATI; ROBAZZI, 2003).

Circunstâncias favorecedoras desse tipo de exposição são o uso prolongado de luvas de látex, o manuseio de detergentes e solventes, a manipulação de drogas antineoplásicas e antibióticos, a inalação de gases anestésicos, a exposição aos vapores de formaldeído e glutaraldeído e aos vapores dos gases esterilizantes, entre outros (XELEGATI et al., 2006).

Nem sempre a exposição resulta em efeitos prejudiciais à saúde, os quais irão depender de fatores, tais como: tipo e concentração do agente químico, frequência e duração da exposição, práticas e hábitos laborais e suscetibilidade individual. Prevenir é uma das formas de se evitar os problemas de saúde ocupacional que podem ser desencadeados por essa exposição; porém, para a efetividade dessa prevenção, é necessário que os trabalhadores tenham conhecimento sobre os riscos propiciados pelas substâncias químicas (XELEGATI et al., 2006).

Apesar disso, estudo recente demonstra que os riscos físicos e químicos ainda são negligenciados pelos profissionais, reforçando a necessidade da atenção à educação permanente em saúde, focada na atualização de saberes acerca dos riscos ocupacionais dessa natureza (SULZBACHER; FONTANA, 2013).

Zoom no Conhecimento

Sulzbacher e Fontana (2013) destacam que os agentes químicos estão presentes no trabalho da enfermagem e são manuseados cotidianamente durante a assistência ao paciente, na organização da área de trabalho ou na desinfecção e esterilização de materiais. A seguir, são descritos alguns dos riscos químicos que os trabalhadores da saúde podem encontrar no ambiente de trabalho.

Substâncias Quimioterápicas Antineoplásicos (QA’s)

Estas substâncias são compostos químicos, também chamadas de drogas, utilizadas no tratamento de câncer, as quais podem promover o aumento da sobrevida dos portadores da doença, mesmo no caso de tumores muito avançados (SIEGEL et al., 2012). No entanto, tais substâncias oferecem potenciais efeitos indesejáveis. No caso dos trabalhadores que manipulam esses fármacos, durante o preparo, administração e descarte (da droga ou material contaminado, inclusive perfurocortantes), são significativos os riscos aos quais estão expostos (MAIA; BRITO, 2011).

Os profissionais que manipulam QA’s destacam-se por casos de aparecimento de tumores secundários e de maiores chances de ocorrência de câncer, mutagenicidade, alterações genéticas e no ciclo menstrual, aborto e malformações congênitas.

Além disso, esses trabalhadores podem apresentar alguns tipos de efeitos colaterais que são: vertigens, infertilidade, cefaléia, hiperpigmentação cutânea, tonturas e vômitos que vão depender do grau e do tempo de exposição a esses medicamentos. Muitas vezes, esses efeitos podem ser comparados a aqueles apresentados pelos próprios pacientes em tratamento com essas substâncias. Isso se dá devido ao risco a que estão expostos durante o preparo, administração e descarte de agentes antineoplásicos, que podem ser absorvidos pelo organismo por meio das vias cutânea, respiratória, mucosas e digestiva (SILVA; REIS, 2010; MAIA; BRITO, 2011).

E se esses profissionais estão tão susceptíveis à contaminação e seus efeitos, como podemos preveni-los? Para proteger o trabalhador durante os procedimentos envolvidos na atenção aos pacientes que utilizem QA’s, é considerada essencial a adoção de certas medidas. Algumas recomendações são descritas a seguir (BRASIL, NR 32, 2005; BOLZAN et al., 2011):

O preparo dos QA’s deve ser realizado em ambiente restrito e de acesso exclusivo aos profissionais envolvidos.

A sala de preparo deve ser dotada de Cabine de Segurança Biológica Classe II B2.

Na área de preparo, todos os trabalhadores devem usar dois pares de luvas estéreis, de punho longo e sem talco.

As mãos devem ser lavadas rigorosamente antes e após o uso da luva.

Avental ou macacão utilizado deve ser longo e de uso restrito, preferencialmente descartável, com baixa liberação de partículas, baixa permeabilidade, frente fechada, com manga longa e punho elástico. Se for reutilizável, deve ser guardado separadamente, com lavagem exclusiva e troca a cada manipulação.

Deve-se utilizar protetor respiratório tipo máscara facial, com filtro de carvão ativado, o qual age como filtro químico para partículas de até 0,2 micra (μ) e óculos de proteção com laterais fechadas.

Tanto a área de preparo quanto a área de administração deve conter lava-olhos e chuveiro, para o caso de exposição severa às substâncias de risco.

Além dessas recomendações, os trabalhadores devem receber capacitação inicial e continuada, resultando em profissionais mais habilitados e capazes de reconhecer os riscos inerentes aos quimioterápicos antineoplásicos (BRASIL, NR 32, 2005). Vale mencionar que, além da contaminação dos trabalhadores, também pode ocorrer a contaminação ambiental pelas substâncias QA’s. Estudos constataram a presença de partículas dos quimioterápicos fluoracil e ciclofosfamida no ar, teto e chão, além de depósitos encontrados nos filtros das máscaras utilizadas pelos profissionais que preparavam as drogas e nos filtros das câmaras de fluxo laminar (CORREIA; ALBACH, L.; ALBACH, C., 2011).

Gases ou Vapores Anestésicos

Os gases anestésicos são substâncias frequentemente utilizadas nos centros cirúrgicos que podem acarretar riscos para a saúde humana quando não manipulados corretamente. O sevoflurano, haloetano, isoflurano, metoxiflurano e o óxido nitroso são conhecidos gases anestésicos. Os efeitos agudos da exposição a esses gases caracterizam-se por tonturas, alterações do humor, náuseas, fadiga e falta de coordenação dos movimentos (VIEIRA, 2009). No bloco operatório existem múltiplas fontes potenciais de fuga de gás anestésico para a atmosfera, incluindo as válvulas de escape, conexões no circuito ventilatório, defeitos nas traqueias de plástico, nos balões de insuflação e nos foles do ventilador ou conector em Y. A técnica anestésica selecionada, o tipo de material utilizado e práticas inadequadas (tais como válvulas de controle de fluxo de saída de gás dos vaporizadores abertas após a sua utilização ou derrame de líquidos anestésicos inalatórios) podem, também, contribuir para a fuga de gases anestésicos para o ar ambiente (NORTON et al., 2015).

Segundo Guedes (2011), os riscos ocupacionais para mulheres expostas a esse tipo de gás são o aborto espontâneo e de anormalidades congênitas no feto, câncer (cervical) e doenças hepáticas e renais;enquanto que nos homens, está associado ao risco aumentado de hepatopatias e risco de anomalias congênitas na prole. A monitorização ambiental é fundamental, não só para avaliar as concentrações dos gases anestésicos, mas também para aferir a eficácia das medidas de controle, identificar potenciais fontes de fuga e adaptar a periodicidade da vigilância médica dos trabalhadores expostos de acordo com os resultados obtidos (OSHA, 2000). Dessa forma, todos os equipamentos utilizados para a administração dos gases ou vapores anestésicos devem ser submetidos à manutenção corretiva e preventiva, e os locais em que são utilizados devem ter sistema de ventilação e exaustão, com o objetivo de manter a concentração ambiental sob controle, conforme previsto na legislação vigente (BRASIL, NR 32, 2005).

Gases Medicinais

Os gases medicinais são medicamentos na forma de gás, gás liquefeito ou líquido criogênico isolados ou associados entre si e administrados para fins de diagnóstico médico, tratamento ou prevenção de doenças e para restauração, correção ou modificação de funções fisiológicas. São amplamente utilizados em hospitais, clínicas ou outros locais de interesse à saúde, bem como em tratamentos domiciliares de pacientes. Oxigênio, óxido nitroso e dióxido de carbono medicinal são exemplos (ANVISA, 2008).

Somente trabalhadores capacitados ou autorizados devem manusear os cilindros de gás, pois o contato com óleos, graxas e substâncias combustíveis podem trazer sérios riscos à saúde, principalmente no caso dos gases oxidantes (BRASIL, NR 32, 2005). Os riscos associados a esses gases são a ocorrência de incêndio e explosão quando administrados de forma incorreta.

Alergia ao Látex

O látex não se trata propriamente de um agente químico, contudo, levando em consideração os compostos químicos utilizados na sua produção, acaba por tornar-se um agente associado ao desenvolvimento de hipersensibilidades dos profissionais da saúde.

Os casos de alergia ao látex têm sido cada vez mais relatados e as manifestações clínicas variam de dermatite de contato (a mais comum e que não é imunologicamente mediada) à reação anafilática clássica (MOTA; TURRINI, 2012).

Figura 6: Alergia

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Fonte:Shutterstock (2022).

Riscos Biológicos

Consideram-se riscos biológicos as condições de exposição ocupacional de trabalhadores a agentes biológicos, onde estes entram em contato com microrganismos modificados ou não, culturas de células e parasitas. O contato pode ocorrer por meio do ar, por contato, veículo comum e vetor. Esses agentes são capazes de provocar danos à saúde humana, podendo causar infecções, efeitos tóxicos, alergênicos, doenças autoimunes e a formação de neoplasias e malformações (BRASIL, NR 32, 2005; BRASIL, 2008).

As maiores exposições a esse risco estão associadas a lesões provocadas por instrumentos perfurantes e/ou cortantes, como agulhas, bisturi e vidrarias (exposições percutâneas); respingos de material contaminado nos olhos, nariz, boca e genitália (exposições em mucosas); e pelo contato direto com feridas abertas e pele com dermatite (exposição em pele não íntegra) (BRASIL, 2006a; OLIVEIRA; LAGE; AVELAR, 2011).

Os hospitais são considerados insalubres por receber pacientes com diversas doenças infectocontagiosas e agrupá-los em um mesmo local, o que causa um elevado grau de riscos para os profissionais (NISHIDE; BENATTI, 2004). Diante do risco biológico, as infecções mais preocupantes são aquelas causadas pelos vírus da AIDS e das hepatites B e C (NEVES et al., 2011).

A exposição ocupacional a esses agentes pode-se distinguir em duas categorias (BRASIL, 2008):

Exposição com intenção deliberada: a atividade laboral implica na utilização ou manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal do trabalho. Ex.: atividades de pesquisa realizadas em laboratórios de diagnóstico microbiológico, podólogos, terapeutas, médicos e atividades relacionadas à biotecnologia (produção de enzimas, antibióticos e vacinas).

Exposição não deliberada: decorre da atividade laboral sem que esta implique na manipulação direta deliberada do agente biológico como objeto principal do trabalho. Ex.: serviços de saúde.

Cabe relembrar que os riscos biológicos são divididos em 4 classes, como já visto no primeiro tema de aprendizagem. Estas consideram o risco que representam para a saúde do trabalhador, sua capacidade de propagação para a coletividade e a existência ou não de profilaxia e tratamento, conforme expresso no Quadro a seguir. Em função desses e outros fatores específicos, as classificações existentes nos vários países apresentam algumas variações, embora coincidam em relação à grande maioria dos agentes (BRASIL, 2006b; BRASIL, 2008).

Figura 7: Características das 4 classes de riscos

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Fonte: Brasil (2008).

Condutas após Exposição aos Agentes Biológicos

Ciente de todos os riscos, caro(a) aluno(a), em caso de um acidente no ambiente de trabalho, quais precauções devemos tomar? O Quadro a seguir apresenta algumas medidas apropriadas após a exposição biológica.

Figura 8: Condutas adotadas após o contágio com material biológico

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Fonte: adaptado de Machado, Moura e Conti (2013).

Ressalta-se que, para os profissionais da saúde que sofreram algum acidente com material contaminado pelos vírus HIV, HBV (hepatite B) e HCV (hepatite C), existem recomendações e procedimentos específicos do Ministério da Saúde relacionados à profilaxia pós-exposição (BRASIL, 2008). Diante de tal situação, faz-se necessário adotar medidas preventivas, a fim de reduzir o risco de infecções provocadas pelo contato e exposição dos profissionais a materiais biológicos. A adoção de tais medidas inclui as Precauções Padrão (PP) e as Precauções Baseadas na Transmissão (PBT), as quais contribuem para a minimização da incidência de infecções, reduzindo gastos com possíveis complicações decorrentes das infecções adquiridas no âmbito hospitalar (LACERDA et al., 2014).

Já as Precauções Baseadas na Transmissão são elaboradas de acordo com o mecanismo de transmissão das patologias e designadas para pacientes suspeitos, infectados ou colonizados por patógenos transmissíveis e de importância epidemiológica baseada em três vias principais de transmissão: por contato, aérea por gotículas e aérea por aerossóis (LACERDA et al., 2014).

Aprofundando

As Precauções Padrão são um conjunto de medidas utilizadas para diminuir os riscos de transmissão de microrganismos nos hospitais e constituem-se basicamente em lavagem das mãos; uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), como luvas, máscara, protetor de olhos, protetor de face e avental; manejo e descarte corretos de materiais perfurocortantes e resíduos e imunização dos profissionais.

Fonte: Brasil (2.616/1998) e Lacerda et al. (2014).

Prevenção dos Riscos Biológicos

Para prevenir a transmissão de patógenos no ambiente de trabalho, o uso de EPI’s é a ferramenta fundamental para a prevenção de acidentes, contudo, a resistência de profissionais em utilizá-los e o seu uso incorreto são as principais barreiras enfrentadas (NEVES et al., 2011).
Vamos conhecer algumas medidas eficazes para prevenir a contaminação por agentes biológicos e proteger os trabalhadores da área da saúde.

Higienização das Mãos

A higienização das mãos é considerada uma das principais medidas na redução do risco de transmissão de agentes biológicos, uma vez que representam a mais importante fonte de transmissão de agentes microbianos na assistência ao paciente (BRASIL, 2008). O procedimento é recomendado antes e depois de ministrar medicamentos por via oral e preparar a nebulização, realizar trabalhos hospitalares, atos e funções fisiológicas ou pessoais, coletar espécimes, aplicar medicamentos injetáveis e na troca de roupa dos pacientes (MARTINEZ; CAMPOS; NOGUEIRA, 2009). A lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-se sabão/detergente, seguida de enxágue abundante em água corrente.

O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue ou outros fluídos corpóreos. A decisão para a lavagem das mãos com uso de antisséptico deve considerar o tipo de contato, grau de contaminação, condições do paciente e o procedimento a ser realizado. O uso de antisséptico é recomendado em realização de procedimentos invasivos, prestação de cuidados a pacientes críticos, contato direto com feridas ou dispositivos invasivos. Com base nisso, devem ser empregadas medidas e recursos, a fim de incorporar a prática da lavagem das mãos em todos os níveis da assistência hospitalar (BRASIL, 2.616/1998).

Pensando Juntos

A higienização das mãos geralmente é feita com antissépticos, produtos que têm a função de diminuir a quantidade de microrganismos transitórios e residentes da pele (PAZ; KAISER, 2011). Recomenda-se que sejam agradáveis de utilizar, suaves e, ainda, custo efetivos. Não devem ser tóxicos, alergênicos ou irritantes (KAWAGOE, 2009). O Quadro a seguir descreve alguns antissépticos comumente usados no procedimento. Além dos antissépticos, também são utilizados nos hospitais sabonetes comuns sem ação antimicrobiana, permitindo a remoção da sujeira, de substâncias orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica (KAWAGOE, 2009).

Figura 9: Antissépticos utilizados na higienização das mãos

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Fonte: Kawagoe (2009).

Utilização de Luvas

O uso de luvas é recomendado quando houver risco de contato com sangue, secreções ou membranas mucosas e tem por finalidade proteger o paciente e o profissional. As luvas devem ser calçadas antes do contato com o paciente, retiradas logo após o uso e higienizando as mãos em seguida (LACERDA et al., 2014).

Muitas vezes, tem sido constatado que o uso de luvas é um dos fatores que faz com que o profissional de saúde não realize a higienização das mãos. No entanto, a perda de integridade, a existência de microfuros não perceptíveis ou a utilização de técnica incorreta na remoção das luvas possibilitam a contaminação das mãos dos profissionais (BRASIL, 2008).

Utilização de Avental

O uso do jaleco, como EPI para o profissional da saúde, é considerado um importante fator para diminuir a chance de acidente ocupacional, assim como a adoção de medidas assépticas e a criação de normas, condutas e procedimentos (MACHADO; MOURA; CONTI, 2013).

Os aventais são divididos em dois tipos: os de uso diário ou jalecos e aventais para uso em procedimentos invasivos ou capote. Ambos devem ser de mangas compridas e sempre mantidos fechados. O jaleco é de uso rotineiro, enquanto o capote deve ser utilizado em situações com grande exposição a sangue e microrganismos multirresistentes (LACERDA et al., 2014).

O trabalhador do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde, deverá retirar as vestimentas de trabalho ao final da jornada de trabalho ou quando for usufruir de intervalo para descanso ou alimentação fora das instalações ou, ainda, para realizar outra atividade fora dessas instalações, não relacionada à atividade laboral (BRASIL, 2008).

Utilização de Máscaras

A máscara visa proteger a saúde do trabalhador da inalação de gotículas transmitidas à curta distância e pela projeção de sangue ou outros fluidos corpóreos que possam atingir suas vias respiratórias. Estas devem cobrir a boca e o nariz dos usuários. A máscara do tipo respirador N95 é utilizada em casos de precauções por aerossóis e deve ser colocada antes de entrar no quarto de pacientes acometidos por tuberculose pulmonar, sarampo e varicela, por exemplo, e retirada após a saída do local. A máscara N95 pode ser reutilizada pelo mesmo profissional desde que se mantenha íntegra, seca e limpa (LACERDA et al., 2014).

Óculos de proteção e Protetor Facial

O uso de protetor ocular e do protetor facial são imprescindíveis em todo atendimento que possa produzir respingo de sangue em maior quantidade em momentos previsíveis (LACERDA et al., 2014).

Imunização Efetiva dos Trabalhadores

A NR 32 fixa claramente a obrigatoriedade de o empregador disponibilizar todas as vacinas registradas no país que possam, segundo critérios de exposição a riscos, estar indicadas para o trabalhador e estabelecidas no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Essa norma também estabelece que a vacinação desses profissionais deverá ser gratuita.

As vacinas recomendadas a todos os profissionais que trabalham em instituições geradoras de saúde, sejam em caráter assistencial ou administrativo são: vacina contra a hepatite B, vacina contra tétano/difteria, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e influenza (BRASIL, NR 32, 2000).

Figura 10: Vacinas

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Fonte: Shutterstock (2022).

Zoom do Conhecimento

Conforme apresentado neste tema de aprendizagem, os serviços de saúde contam com uma norma específica que regulamenta a segurança e a saúde do trabalhador deste segmento, a NR 32. Nesse sentido, consultar regularmente a norma se faz de extrema relevância, pois ela elucida aplicações e especificidades laborais com as quais os profissionais da saúde irão se deparar. Consulte a obra na íntegra, disponível em: https: //www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/portaria-n-485-de-11-de-novembro-de-2005>

Riscos Ergonômicos

A ergonomia, em termos genéricos, trata justamente da relação entre o homem e seus ambientes de trabalho, tendo três objetivos básicos: possibilitar o conforto ao indivíduo, prevenção de acidentes, bem como ajudar a evitar o aparecimento de patologias específicas para determinado tipo de trabalho (MARINHO; ALMEIDA; ANDRADE, 2015).

Esforços físicos intensos, levantamento de peso, trabalho em turnos, posturas inadequadas, repetitividade, monotonia, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos e jornada de trabalho prolongada são considerados riscos ergonômicos (SOUZA et al., 2012).

A permanência de tais riscos acaba gerando diversos prejuízos para as organizações envolvi-das, como: absenteísmo e perda de produtividade, gastos com afastamentos, indenização pelo dano físico, contingente de trabalhadores com restrição, deterioração nas relações humanas e a pressão do fenômeno LER/DORT sobre a empresa (KASSADA, LOPES; KASSADA, 2011).

No Brasil, a Norma Regulamentadora n° 17 é o dispositivo que regulamenta as questões pertinentes à ergonomia, além de estabelecer parâmetros para a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, propiciando o máximo de conforto e segurança, visando um desempenho eficiente (BRASIL, NR 17, 1990). A ausência de adaptação no trabalho tem como consequência a sobrecarga nas estruturas físicas do corpo, afetando a integridade física ou mental do trabalhador, causando-lhe desconforto e/ou doença (SOUZA et al., 2012).

Nesse contexto, ações simples podem ajudar a reduzir o estresse físico do trabalhador e eliminar futuros problemas de distúrbios musculoesqueléticos, (OSHA, 2000). A seguir, vamos conhecer alguns riscos ergonômicos comumente presentes na área hospitalar.

Postura Inadequada no Transporte de Pacientes

Dentre os diversos riscos ergonômicos a que os trabalhadores da área da saúde estão expostos, as queixas relacionadas ao aparelho osteomuscular representam uma das maiores causas de sofrimento dessa classe trabalhadora, devido ao esforço físico exigido desses profissionais durante a movimentação dos pacientes, o que ocasiona lombalgias que interferem na eficiência da força e capacidade do trabalho (MONTEIRO; ALEXANDRE, 2009).

Também se deve atentar para os fatores de risco que interferem na saúde em relação às condições ergonômicas inadequadas de mobiliários, posto de trabalho e equipamentos utilizados para essas atividades. Além disso, muitas vezes o transporte de pacientes é realizado por um quantitativo de profissionais inferior ao desejável e com equipamentos inadequados, o que aumenta o risco de desenvolver problemas osteomusculares e agressões à coluna vertebral (PASA et al., 2015).

A permanência de tais riscos acaba gerando diversos prejuízos para as organizações envolvi-das, como: absenteísmo e perda de produtividade, gastos com afastamentos, indenização pelo dano físico, contingente de trabalhadores com restrição, deterioração nas relações humanas e a pressão do fenômeno LER/DORT sobre a empresa (KASSADA, LOPES; KASSADA, 2011).

Sobrecarga de Trabalho

A sobrecarga no ambiente de trabalho prejudica as estruturas músculo esqueléticas, origina problemas, tais como fadiga, lombalgia, doenças osteomusculares, como LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomuscular Relacionado ao Trabalho) (SOUZA et al., 2012). As LER/DORT também são conhecidas como doenças da modernidade, estão associadas com adoecimentos no trabalho. Correspondem às atividades que exigem movimentos repetitivos, posturas prolongadas, trabalho muscular estático, monotonia, sobrecarga mental, dentre outros fatores (SOUZA et al., 2012).

No Brasil, começou a adquirir expressão em número e relevância social a partir da década de 80, tornando-se um grave problema de saúde pública e social em função da sua magnitude e abrangência (ALENCAR; OTA, 2011). Os fatores que favorecem a ocorrência de LER/ DORT são múltiplos, constituindo um conjunto complexo, isolados ou agrupados, mas interligados, que exercem seu efeito simultaneamente na origem da doença, tendo como sintomas a dor localizada, irradiada ou generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso, formigamento, sensação de diminuição de força, edema e enrijecimento articular. E, apesar de inicialmente se apresentarem de forma discreta, com o decorrer do tempo, podem tornar-se frequentes durante o trabalho, inclusive incidindo nas atividades extra laborativas do trabalhador (BRASIL, 2012).

Ainda, a sobrecarga de trabalho dos profissionais da área da saúde está associada a fatores, como: número insuficiente de funcionários e postura inadequada durante a realização de algum procedimento, gerando acúmulo de funções; inadequação dos recursos humanos e materiais, que exige do trabalhador uma energia muito maior para desenvolver as suas atividades; e, por fim, o crescente número de pacientes nas instituições, em especial, as públicas. Vale ressaltar que os profissionais também adotam um ritmo excessivo de trabalho em função da insatisfação salarial e da necessidade de contribuir com a renda familiar (OLIVEIRA et al., 2014).

Ambiente de trabalho

O ambiente de trabalho constitui o local onde todos devem se relacionar, em prol dos cuidados dos pacientes. Para que isto se torne seguro e compatível à assistência prestada, é de suma importância que os componentes do setor de trabalho estejam de acordo com o processo de trabalho realizado (OLIVEIRA et al., 2014).

As condições de risco de natureza ergonômica envolvem mobiliário, postura, adequação dos aparelhos, dimensões, equipamentos, balcão, conforto ambiental, posto, organização e processo de trabalho, desgaste humano, trabalho estático e dinâmico, cargas suportáveis, fadiga, entre outros. Tudo isso esta inserido no ambiente profissional (SOUZA et al., 2012).

Assim, em um ambiente de trabalho onde alguns dos fatores apresentados não estão em concordância, este se torna desgastante, metódico e exaustivo, contribuindo para o surgimento de riscos ocupacionais (OLIVEIRA et al., 2014).

Prevenção dos Riscos Ergonômicos

E como nos demais riscos já estudados, os ris-cos ergonômicos têm como serem prevenidos? A resposta é sim! Mediante à prática da ginástica laboral (GL), conhecida popularmente como ginástica na empresa, ela pode diminuir os danos na saúde do trabalhador causados pelos riscos ergonômicos.

A ginástica laboral é uma atividade física realizada durante a jornada de trabalho de forma coletiva e voluntária pelos funcionários, com exercícios de compensação aos movimentos repetitivos à ausência de movimentos, ou a posturas desconfortáveis assumidas durante o período de trabalho. Os objetivos da GL são: a redução dos efeitos negativos do LER/DORT, fadiga, estresse e alívio das tensões diárias que podem acarretar acidentes de trabalho e baixa produtividade (GONDIM et al., 2009; FREITAS-SWERTS; ROBAZZI, 2011; ANDRADE et al., 2015).

Segundo a OSHA (2000), outras medidas também podem ser adotadas para prevenir os trabalhadores dos riscos ergonômicos, como:

Realizar treinamentos com pessoal especializado, permitindo que os trabalhadores entendam melhor sobre a ergonomia e seus elementos, além de auxiliar na identificação dos riscos provenientes da má ergonomia.

Identificar os riscos ergonômicos antes que eles desenvolvam doenças ocupacionais.

Procurar fornecer equipamentos de trabalho que ofereçam condições ergonômicas, com materiais mais leves e com as condições mínimas de ergonomia (design).

Riscos Psicossociais

Os riscos psicossociais apresentam diversas definições, contudo, um conceito de fácil entendimento e aceito internacionalmente é:

[...] os riscos psicossociais consistem, por um lado, na interação entre o trabalho, seu ambiente, a satisfação no trabalho e as condições de sua organização; e por outro, nas capacidades do trabalhador, suas necessidades, sua cultura e sua situação pessoal fora do trabalho, o que, afinal, através de percepções e experiências, pode influir na saúde e no rendimento do trabalhador (OIT, 1984).

- GRAHAM, 2007, p.93

Os trabalhadores da área da saúde encontram-se expostos diariamente aos riscos psicossociais, consumindo sua força de trabalho e desencadeando estresse ocupacional. Tal fato é evidenciado devido aos processos de trabalho inadequados e condições de trabalho precárias, principalmente no ambiente hospitalar, que interferem diretamente nas capacidades vitais do trabalhador, causam tensão, fadiga, desmotivação e comprometem a saúde do grupo, e ainda, podem aumentar a probabilidade de o indivíduo desenvolver problemas de comportamento (ANDRADE; CARDOSO, 2012; OLIVEIRA, COSTA; GUIMARÃES, 2012).

Na inter-relação saúde mental e trabalho há de se considerar a vertente estresse e trabalho, que apresenta um alto grau de complexidade. No âmbito dessa vertente, observa-se a preocupação com a determinação dos fatores potencialmente estressantes em uma situação de trabalho. A situação saudável seria a que permitisse o desenvolvimento do indivíduo, alternando exigências e períodos de repouso com o controle do trabalhador sobre o processo de. A seguir, vamos conhecer os riscos psicossociais que frequentemente atingem os trabalhadores da saúde, o estresse e a síndrome de Burnout.

O estresse tem recebido grande atenção, não somente de pesquisadores, como também de instituições, devido ao crescente contingente de trabalhadores expostos a ele. Estudar o estresse dos profissionais da saúde no ambiente hospitalar permite uma melhor compreensão de suas causas, o que contribui para elucidar questões cotidianas relacionadas à saúde mental desses profissionais (GUIDO et al., 2011).

O estresse é um processo caracterizado por um conjunto de reações fisiológicas, psíquicas e, até mesmo, comportamentais de adaptação que o organismo emite quando é exposto a qualquer estímulo, ou seja, uma forma de restabelecer o equilíbrio. É uma reação de defesa e adaptação frente a um agente estressor (LIPP; ROCHA, 2008). Apresenta quatro fases, conforme indicadas no Quadro a seguir.

A SB compromete a qualidade do trabalho executado e pode contribuir para o aumento de acidentes ocupacionais e erros, conflitos, falta de humanização no atendimento e insatisfação dos pacientes. Além disso, os profissionais com a síndrome evitam o contato direto com as pessoas-alvo de sua assistência, podendo desenvolver despersonalização (GRAZZIANO; BIANCHI, 2010).

Figura 11: Sintomas e características da síndrome de Burnout

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Fonte: Adaptado de Duarte (2012).

Prevenção dos Riscos Psicossociais

De maneira geral, algumas medidas simples podem contribuir na prevenção dos riscos.

Evitar monotonia no ambiente de trabalho.

Oferecer suporte social às pessoas.

Melhorar as condições sociais e físicas de trabalho.

Investir no aperfeiçoamento pessoal e profissional dos trabalhadores.

Buscar soluções para os problemas em vez de focar nas emoções negativas.

Utilizar técnicas de relaxamento, ter uma boa alimentação e praticar atividade física.

INDICAÇÃO DE LIVRO

SOBRE O LIVRO:

O risco de acidentes é maior quando nos acostumamos a conviver com o perigo e passamos a ignorá-lo. A segurança em qualquer local está apoiada em cada um: você é responsável por si e por todos.

NOVOS DESAFIOS

As consequências associadas aos riscos ambientais, aos quais estão expostos os colaboradores da área de saúde, são diversas. A legislação laboral extremamente exigente faz com que o conhecimento acerca dos riscos e suas consequências sejam necessários, visando, sobretudo, a sua minimização. Esperamos, com este tema de aprendizagem, contribuir um pouco em sua trajetória acadêmica com informações relevantes e que possam ser aplicadas em sua futura rotina!

Como vimos ao longo deste tema de aprendizagem, cada atividade, quando realizada de forma isolada, apresenta riscos inerentes à atividade, ao passo que a associação de atividades realizadas pelos profissionais em saúde aumenta consideravelmente a chance do colaborador ser acometido por alguma consequência oriunda dos riscos laborais.

A amplitude de atividades realizadas em ambiente hospitalar e a complexidade das relações atividade-colaborador tornam esse ambiente potencialmente perigoso em função dos riscos apresentados, logo, a conscientização e a orientação dos colaboradores pelas diferentes ferramentas disponíveis em um ambiente hospitalar se fazem fundamentais.

Em função da necessidade de atenção especial aos colaboradores de saúde, algumas normas regulamentadoras foram desenvolvidas, visando orientar as organizações acerca dos riscos inerentes às atividades, bem como alertar sobre as obrigações para com os profissionais desse segmento. Dentre elas, destacam-se as NR 5, 6, 7, 17 e, especialmente, a 32, que versa sobre os cuidados, a atenção e a implementação das medidas de proteção em relação aos profissionais em saúde.

A atuação de comissões internas, como no caso da CIPA, faz-se relevante, sobretudo, pela orientação referentes aos riscos das atividades e, em especial, pelas orientações referentes a medidas de prevenção.

Como exposto, os riscos não são exclusividade dos colaboradores de atendimento direto, mas sim de todo o quadro de colaboradores presentes em um ambiente hospitalar. Riscos ergonômicos também irão existir neste ambiente, assim como em qualquer outro ambiente organizacional, entretanto, é no ambiente hospitalar que os riscos físicos, químicos, biológicos e psicossociais se intensificam; logo, a compreensão deles se faz imprescindível para a atuação dos profissionais desse segmento.

Caro(a) aluno(a), esperamos que as informações abordadas neste tema de aprendizagem possam ser pertinentes e relevantes para sua jornada acadêmica e futura jornada profissional.

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