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MINHAS METAS

Este tema de aprendizagem irá guiá-lo a uma discussão aprofundada acerca dos níveis de biossegurança existentes nos laboratórios de serviços de saúde e espaços de trabalho ligados à área de saúde. Além disso, iremos discorrer sobre a simbologia específica aplicada em ambientes hospitalares e também em ambientes voltados à prestação de serviços em saúde como um todo, possibilitando uma futura atuação profissional de forma efetiva e, sobretudo, consciente acerca dos riscos presentes nas rotinas laborais destes ambientes.

Ao final deste tema de aprendizagem, você será capaz:

  • Conhecer os diferentes níveis de biossegurança em laboratórios de serviços de saúde.
  • Compreender as especificidades da simbologia aplicada em laboratórios de serviços de saúde.
  • Conceituar mapas de riscos voltados aos ambientes hospitalares.

INICIE SUA JORNADA

Níveis de Biossegurança

Os níveis de biossegurança já foram apresentados temas anteriores, e existindo qualquer dúvida você pode recorrer a ela. Neste momento, iremos estudar mais detalhadamente cada nível.

Os laboratórios apresentam basicamente quatro níveis de biossegurança, classificados de acordo com os agentes de risco. Os laboratórios que trabalham com agentes de risco 1 a 4 precisam aplicar normas para o trabalho em contenção, cujo nível é determinado pela maior classe de risco presente. Por exemplo, para um laboratório em que são manipulados agentes das classes de risco 1 e 2, deverá ser adotado o nível de contenção 2, (BRASIL, 2006a; BRUNO, 2014).

Deste modo, uma estrutura laboratorial adequada é aquela que está de acordo com o funcionamento do laboratório ou clínica e com nível de biossegurança recomendado para os agentes manipulados no local, atuando também como uma barreira de contenção secundária. Práticas mais (ou menos) rígidas poderão ser adotadas quando temos uma informação específica disponível que possa sugerir a virulência, patogenicidade, os padrões de resistência aos antibióticos e às vacinas e a disponibilidade de tratamento ou outros fatores significativamente alterados (BRASIL, 2006a; BRUNO, 2014).

A seguir, vamos aprender especificamente sobre os quatro níveis de biossegurança laboratoriais.

DESENVOLVA O SEU POTENCIAL

Nível de Biossegurança (NB-1)

O nível de biossegurança 1 representa nível básico de contenção que se baseia nas práticas padrão de microbiologia, sem uma indicação de barreiras primárias ou secundárias, com exceção de uma pia para a higienização das mãos (BRASIL, 2006a). Apresenta baixo risco individual e coletivo e envolve os agentes biológicos da classe de risco 1 (BRASIL, 2006b; TEIXEIRA, VALLE, 2010). Ressalta-se que os agentes desse nível são os microrganismos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais, como Lactobacillus sp. e Bacillus (BRASIL, 2006b).

Em termos de infraestrutura, os laboratórios NB-1 não necessitam estar separados das demais dependências do edifício e os trabalhos são conduzidos, normalmente, em bancadas (BRUNO, 2014). Na sequência, com base nas recomendações do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006c), serão apresentadas algumas medidas de contenção adotadas nesses laboratórios:

Os equipamentos especiais de contenção, tais como as Cabines de Segurança Biológica (CSBs), não são exigidos para manpulações de agentes biológicos da classe de risco 1.

Os EPIs, tais como luvas e vestuário de proteção (avental, uniforme ou jaleco) são requeridos durante o trabalho.

O vestuário de proteção deverá apresentar mangas compridas ajustadas nos punhos e não deve ser usado fora da área laboratorial, visando evitar contaminações externas à área laboratorial.

É obrigatório o uso de calçados fechados que possam proteger os pés contra acidentes envolvendo substâncias que apresentem riscos à integridade física dos profissionais que as manuseiem.

Óculos de segurança e protetores faciais devem ser usados sempre que os procedimentos operacionais padrão os exigirem/ recomendarem.

O laboratório deverá possuir dispositivo de emergência para lavagem dos olhos, além de chuveiros de emergência localizados no laboratório ou em local de fácil acesso.

Pensando Juntos

E não esqueça, para os laboratórios NB-1 e todos os demais níveis, os Procedimentos Operacionais Padrão (POP’s) devem sempre ser adotados. Se você não lembra quais são esses procedimentos.

Observa-se então, caro(a) aluno(a), que os laboratórios NB-1 não exigem proteção tão “rigorosa”, uma vez que os agentes biológicos não oferecem grandes riscos à saúde dos manipuladores. Contudo, a preocupação com a segurança é fundamental em todos os níveis de biossegurança, bem como nas práticas laborais cotidianas dos profissionais em saúde. Desta forma, a fim de auxiliar na compreensão deste conteúdo, o Quadro a seguir apresenta algumas barreiras primárias e secundárias adotadas nos laboratórios NB-1.

Figura 1: Barreiras primárias (equipamentos de segurança) e barreiras secundárias (instações laboratoriais dos laboratórios NB-1

Fonte: Brasil (2006a).

Nível de Biossegurança 2 (NB-2)

É o nível exigido para o trabalho com agentes biológicos da classe de risco 2, isto é, agentes capazes de provocarem infecções no homem ou nos animais, e o potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, existindo medidas terapêuticas e profiláticas eficazes (BRASIL, 2006b).

O NB-2 é aplicado, por exemplo, a laboratórios de análises clínicas, de diagnóstico e laboratórios-escola, no qual as práticas de ensino ou práticas laborais envolvem sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou células humanas primárias, em que a presença do agente infeccioso pode ser desconhecida. Com boas técnicas de microbiologia, esses agentes podem ser usados de maneira segura em atividades conduzidas sobre uma bancada aberta, uma vez que o potencial para a produção de borrifos e aerossóis é baixo. O vírus da hepatite B, o HIV, a salmonela e o Toxoplasma spp. são exemplos de microrganismos designados para esse nível de contenção (BRASIL, 2006a; BRUNO, 2014).

Os perigos primários em relação aos colaboradores que trabalham com esses agentes estão relacionados com acidentes percutâneos, ou que possuam capacidade de atravessar a pele, as exposições da membrana ou com a ingestão de materiais infecciosos. Portanto, deve-se tomar um extremo cuidado com agulhas contaminadas ou com instrumentos cortantes ou perfurocortantes. Embora os organismos rotineiramente manipulados em um laboratório NB-2 não sejam transmitidos por aerossóis, os procedimentos envolvendo um alto potencial para a produção de salpicos ou aerossóis que possam aumentar o risco de exposição desses funcionários devem ser conduzidos com um equipamento de contenção primária (BRASIL, 2006a).

Diferentemente dos laboratórios NB-1, os laboratórios NB-2 apresentam equipamentos de contenção específicos, como a cabine de segurança biológica (CSB) e autoclave (BRASIL, 2006c).

A CSB é utilizada em todos os procedimentos que envolvam culturas de tecidos infectados ou de ovos embrionados (de parasitas), bem como em processos em que ocorra a formação de aerossóis.

A CSB classe I oferece proteção ao manipulador e ao meio ambiente, mas não protege o produto a ser manipulado. É semelhante à exaustão de uma capela química, porém possui um filtro High Efficiency Particulated Air (HEPA) para a proteção do meio ambiente e um fluxo de ar interior com velocidade mínima de 75 pés lineares/minuto.

Zoom no Conhecimento

Já a CSB classe II é projetada com um fluxo de ar interior com velocidade de 75 a 100 pés lineares/minuto para proteger os profissionais que operam esses equipamentos; um fluxo de ar laminar vertical para proteger o produto; e um fluxo de saída de ar de exaustão com um sistema de filtração, para proteger o meio ambiente (UEKI et al., 2008).

Já a autoclave (Figura 2) deve estar disponível no interior ou em local próximo ao laboratório, dentro da edificação, de modo a permitir a descontaminação de todos os materiais e resíduos gerados nas operações e processos laboratoriais, evitando, consequentemente, a contaminação do meio ambiente (BRASIL, 2006c).

As classes de CSBs usadas são a I e II (Figura a seguir):

Figura 2: Cabine de segurança biológica classe I e II usadas nos laboratórios NB-2

Fonte: Shutterstock (2022).

Ainda, os profissionais que atuam nos laboratórios NB-2 devem ter um treinamento específico no manejo de agentes patogênicos, sendo supervisionados por analistas competentes. O acesso ao laboratório deverá ser limitado durante os procedimentos operacionais e o espaço destinado ao laboratório deve ser separado da área pública (BRASIL, 2006a). O Quadro a seguir contém as principais barreiras primárias e secundárias adotadas nos laboratórios NB-2.

Figura 3: Barreiras primárias (equipamentos de segurança) e barreiras secundárias (instalações laboratoriais) dos laboratórios NB-2

Fonte: Brasil (2006a).adaptado de Brasil (2006a); Molinaro, Caputo e Amendoeira (2009).

Nível de Biossegurança 3 (NB-3)

O NB-3 é aplicado aos laboratórios que desenvolvem atividades com agentes biológicos da classe de risco 3 (BRASIL, 2006c). Esses agentes correspondem a microrganismos, como o Clostridium botulinum (causador do botulismo) e o Bacillus anthracis (causa da doença carbúnculo), que oferecem alto risco individual, risco moderado à comunidade e que possuem capacidade de transmissão por via respiratória, causando patologias humanas, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção (BRASIL, 2006b).

O NB-3 é aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção, onde o trabalho com agentes biológicos possa causar doenças sérias ou potencialmente fatais, como resultado de exposição por inalação. A equipe laboratorial deverá possuir treinamento específico no manejo de agentes patogênicos e potencialmente letais, devendo ser supervisionados por analistas que possuam experiência com esses agentes (BRASIL, 2006a). As barreiras primárias e secundárias adotadas nesses laboratórios estão descritas no Quadro a seguir.

Figura 4: Barreiras primárias (equipamentos de segurança) e barreiras secundárias (instalações laboratoriais) dos laboratórios NB-3

Fonte: Brasil (2006a).

Todos os procedimentos, técnicos ou administrativos, devem estar descritos, ser de fácil acesso e devem ser de conhecimento dos técnicos envolvidos em sua execução. Estes devem previamente demonstrar ter o domínio dos procedimentos técnicos para a execução das atividades laboratoriais.

Em relação as CSBs utilizadas nos laboratórios de nível de biossegurança 3, estas devem pertencer à classe II (descrita anteriormente no NB-2) ou III, apresentada na Figura 3. A CSB classe III é totalmente fechada e ventilada, adequada para o trabalho com agentes perigosos que requerem a contenção de um nível de biossegurança 4. Essa CBS é operada com pressão negativa, e o trabalho é realizado por meio de braços com luvas de borracha. Todo o sistema é controlado por filtros HEPA e o material utilizado é seguido de esterilização antes de ser descartado para o ambiente (UEKI et al., 2008).

Acidentes ou incidentes que resultem em exposições a agentes biológicos patogênicos nos laboratórios NB-3 deverão ser imediatamente relatados ao profissional responsável. Nesses casos, devem ser tomadas todas as medidas necessárias para mitigar e/ou remediar a situação, como procedimentos de avaliação médica, vigilância e tratamento, devendo ser mantidos os registros por escrito desses episódios e das providências adotadas (BRASIL, 2006c).

Nível de Biossegurança 4 (NB-4)

Os laboratórios NB-4 são conhecidos como laboratórios de máxima segurança que trabalham com agentes biológicos da classe de risco 4 ou com potencial patogênico desconhecido, não existindo para esses agentes vacina ou terapia disponível (BRASIL, 2006c). Nesses laboratórios, os principais causadores de doenças aos homens e animais são os vírus, como o Ebola (BRASIL, 2006b).

As instalações e procedimentos exigidos para o NB-4 devem atender as especificações já estabelecidas para os laboratórios NB-1, NB-2 e NB-3, porém acrescidas de:

O laboratório deve estar localizado em prédio separado ou em área claramente demarcada e isolada das demais instalações da instituição e dispor de vigilância 24 horas por dia.

O laboratório deve possuir câmaras de entrada e saída de pessoal, separadas por chuveiro.

As manipulações com organismos geneticamente modificados (OGM) de classe de risco 4 devem ser realizadas em cabine de segurança biológica Classe II ou III, em associação com roupas de proteção pessoal com pressão positiva, ventiladas por sistema de suporte de vida.

Os laboratórios somente devem funcionar com autorização e fiscalização das respectivas autoridades sanitárias, devido à manipulação de agentes patogênicos perigosos.

Sistema de autoclave de dupla porta, câmara de fumigação ou sistema de ventilação com antecâmara pressurizada para o fluxo de materiais para o interior do laboratório.

Nenhum material pode ser removido do laboratório a menos que tenha sido esterilizado, exceto os agentes biológicos que necessariamente tenham de ser retirados na forma viável.

As pessoas autorizadas devem cumprir com rigor as instruções e os procedimentos para a entrada e a saída do laboratório, devendo existir um registro de entrada e saída de pessoal, com data, horário e assinaturas.

Deve existir um plano de contingência e de emergência com descrição clara dos procedimentos necessários em tais situações.

Os filtros Hepa e os pré-filtros das CSBs e dos sistemas de ar devem ser removidos e acondicionados em recipientes hermeticamente fechados, para subsequente descontaminação e destruição adequadas.

Aprofundando

Outras informações acerca desses procedimentos que são comumente adotados nos laboratórios de nível de biossegurança 4, e também para os NB-1, NB-2 e NB-3, podem ser encontradas no material desenvolvido pelo Ministério da Saúde, intitulado: Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção de Agentes Biológicos. Disponível em http: //www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/contencaocomagentesbiologicos.pdf>

Simbologia Aplicada

A utilização de símbolos ou sinais na área da saúde é um tipo de comunicação não verbal de extrema relevância que visa chamar a atenção e comunicar a existência de uma fonte de risco ou de perigo. Para sinalizar com objetividade, eficácia e clareza, são utilizados recursos auxiliares de fundamental importância, como pictogramas (sinal ou símbolo) e as cores. Os pictogramas obedecem ao sistema internacional padronizado de pictogramas, aceitos e adotados no mundo inteiro, para comunicar perigos e ações sem o uso das palavras, facilitando a compreensão e memorização (PAIVA, 2013, on-line)1.

Os sinais são comumente divididos em: sinais de aviso, sinais de proibição, sinais de obrigação, sinais de orientação e salvamento e sinais de controle a incêndio.

Figura 5: Cores e seus locais de aplicação

Fonte: Adaptado pelo autor.

Norma Regulamentadora n° 26

A Norma Regulamentadora nº 26 (NR-26) é a responsável pela sinalização de segurança, tendo como objetivo a fixação das cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para a prevenção de acidentes. As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos devem atender ao disposto nas normas técnicas. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. Além disso, o uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador (BRASIL, NR 26, 2011).

E quais são as cores utilizadas para sinalizar os riscos de acidentes no ambiente de trabalho? Vejamos, no Infográfico a seguir, quais são essas cores e seus locais de aplicação de acordo com a NR 26.

Além das cores de segurança, existem as cores de contraste – branca ou preta – que são utilizadas para melhorar a visibilidade da sinalização. Ainda associada às cores, as formas geométricas das placas também são usadas e podem ser (NORMA TÉCNICA 20/2014):

  • Circulares: utilizadas para implantar símbolos de proibição e ação de comando.
  • Triangulares: utilizadas para implantar símbolos de alerta.
  • Retangulares ou quadradas: utilizadas para implantar símbolos de orientação, socorro, emergência, identificação de equipamentos utilizados no combate a incêndio, alarme e mensagens escritas.

Cabe destacar que existem outras formas de sinalização universais que se complementam entre si e compreendem: os sinais acústicos, a comunicação verbal e os sinais gestuais (FATOR SEGURANÇA Ltda, 2002).

Agora que já conhecemos as cores e as formas geométricas utilizadas na sinalização de segurança, podemos estudar sobre os principais símbolos/ sinais encontrados em clínicas, hospitais e unidades básicas de saúde.

Os sinais de aviso visam advertir para uma situação, objeto ou ação susceptível que pode originar dano ou lesão pessoal. Podem alertar para potencial risco de incêndio, explosão, choques elétricos, contaminação por produtos perigosos, entre outros.
Neste tipo de sinalização, as placas indicativas devem apresentar as seguintes características (ABNT, 2004; NORMA TÉCNICA 20/2014):
Forma: triangular.
Cor do fundo: amarela.
Moldura: preta.
Cor do símbolo (cor de segurança): preta.
Margem (opcional): amarelo.
Dentre os inúmeros sinais de aviso existentes, os mais usados em hospitais, clínicas e unidades básicas de saúde estão apresentados no Infográfico a seguir.


São sinais frequentemente encontrados em ambientes hospitalares e têm como objetivo proibir ou coibir ações capazes de oferecer risco aos profissionais e pacientes, como o início de um incêndio (NORMA TÉCNICA 20/2014). A sinalização de proibição deve apresentar (ABNT, 2004; NORMA TÉCNICA 20/2014), conforme Infográfico a seguir:
Forma: circular.
Cor de contraste: branca.
Barra diametral e faixa circular (cor de segurança): vermelha.
Cor do símbolo: preta.
Cor do símbolo (cor de segurança): preta.
Margem (opcional): branca.

Os sinais incluídos nesta categoria impõem um determinado comportamento, estando diretamente associados, na área da saúde, ao uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual. O Infográfico seguinte apresenta alguns sinais de obrigação. Os sinais de obrigação devem cumprir com as seguintes características (FATOR DE SEGURANÇA Ltda, 2002; FERNANDES, 2011):
Forma: circular.
Cor do fundo: azul.
Cor de contraste: branca.
Cor do símbolo: branca.

A sinalização de orientação e salvamento visa, em caso de perigo, indicar as saídas de emergência, o caminho para o posto de socorro ou local em que existem dispositivos de salvamento. As placas indicativas devem possuir as seguintes características (ABNT, 2004; NORMA TÉCNICA 20/2014):
Forma: quadrada ou retangular.
Cor do fundo (cor de segurança): verde.
Cor do símbolo (cor de contraste): fotoluminescente.
Margem (opcional): fotoluminescente.
Além dos sinais já relatados, estes sinais também são frequentemente encontrados em hospitais, clínicas e unidades básicas de saúde. O Infográfico seguinte apresenta alguns desses sinais.

Os sinais pertencentes a esta categoria têm como objetivo indicar a localização e os tipos de equipamentos de combate a incêndios e alarme disponíveis no local (NORMA TÉCNICA 20/2014). O Infográfico a seguir mostra os principais sinais encontrados na área da saúde.
As placas indicativas devem ser conforme indicadas a seguir (ABNT, 2004):
Forma: quadrada ou retangular.
Cor de fundo (cor de segurança): vermelha.
Cor do símbolo (cor de contraste): fotoluminescente.
Margem (opcional): fotoluminescente.

Mapa de Riscos

Caro(a) aluno(a), agora que aprendemos um pouco mais sobre os riscos em ambientes que trabalham com a saúde e como reconhecer os sinais relacionados a eles, você saberia responder o que vem a ser um Mapa de Riscos (MRs)?

Caso a resposta seja não, fique tranquilo, na sequência iremos elucidar esse assunto.

O MRs surgiu em 1967, na Itália, a partir de uma vasta pesquisa sobre os diversos problemas enfrentados pelos trabalhadores. No Brasil, o MRs foi incorporado à Norma Regulamentadora n° 5, a partir do ano de 1980, e sua elaboração passou a ser obrigatória a todas empresas que tivessem uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de acordo com a NR-9 (HÖKERBERG et al., 2006; PAVAN; SAVI, 2012).

O mapa de riscos é uma técnica empregada para coletar o maior número possível de informações sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho. O MRs permite fazer um diagnóstico da situação de segurança e saúde do trabalho nas empresas com a finalidade de estabelecer medidas preventivas. Além disso, possibilita a troca e a divulgação de informação entre os trabalhadores, estimulando sua participação nas atividades de prevenção (BRASIL, NR 9, 1994; BENATTI; NISHIDE, 2000).

Nesse momento, você pode estar se questionando, e quem pode elaborar um MRs?

A elaboração é feita por um profissional capacitado, por exemplo, um técnico em segurança do trabalho, um engenheiro de segurança no trabalho ou, ainda, um profissional qualificado responsável pelo local avaliado (PINTO et al., 2013). Esses profissionais aplicam métodos científicos cada vez mais sofisticados ou podem, ainda, basear-se em instrumentos predefinidos por comissões de biossegurança ou de qualidade, para identificar e mensurar os riscos (HÖKERBERG et al., 2006).

O MRs deve ser moldado, inicialmente, observando os riscos que o profissional está sujeito durante o exercício de suas atividades laborais, atividades estas que podem afetar o bem-estar físico e psíquico do indivíduo (PINTO et al., 2013). Algumas vantagens associadas à elaboração de um MRs estão listadas a seguir:

  • Identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho, os quais os trabalhadores poderão estar expostos.
  • Conscientização quanto ao uso adequado das medidas e dos equipamentos de proteção coletiva e individual.
  • Redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização, substituição de trabalhadores e danos patrimoniais.
  • Facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com o aumento da segurança interna e externa
  • Melhoria do clima organizacional, maior produtividade, competitividade e lucratividade (PAVAN; SAVI, 2012).

Elaboração de um MRs

Segundo Hökerberg et al. (2006), a elaboração do mapa de riscos no hospital é motivada por três fatores:

  • Base legal para uso do MRs como método para a identificação dos riscos.:
  • Aparente simplicidade do método.
  • Possibilidade de envolvimento ativo dos trabalhadores.

Na elaboração do MRs, são utilizadas cores conforme a classificação dos riscos ambientais, e a gravidade do risco é representada pelo tamanho dos círculos. A representação gráfica dos riscos deve ser de forma clara, permitindo a rápida identificação de cada tipo de risco existente em cada setor (PAVAN; SAVI, 2012). O Quadro a seguir apresenta o risco e a cor representativa de cada um dos riscos a que os trabalhadores estão expostos no ambiente de trabalho.

Figura 6: Cores e seus locais de aplicação

Fonte: Brasil (NR 9, 1994).

Etapas para elaboração do MRs:

Conhecimento dos trabalhadores em relação a número, sexo, idade e treinamento profissional e de segurança e saúde.

Conhecimento dos instrumentos e materiais de trabalho utilizados.

Conhecimento do ambiente de trabalho e das atividades exercidas.

Associada à identificação dos riscos ambientais.

Refere-se às medidas de proteção coletiva; medidas de organização do trabalho; medidas de proteção individual e medidas de higiene e conforto.

Associado a queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos

Acidentes de trabalho ocorridos.

Doenças que acometem os profissionais.

Verificar os estudos anteriores.

Realizado por meio das cores representativas dos riscos e dos tamanhos dos círculos.

Como mencionado anteriormente, a gravidade do risco é simbolizada pelo tamanho do círculo, que pode ser pequeno, médio ou grande (PAVAN; SAVI, 2012). Assim:

Risco pequeno por sua essência ou por ser um risco médio já protegido.

Risco que gera relativo incômodo, mas que pode ser controlado.

Risco que pode matar, mutilar ou gerar doenças e que não dispõe de mecanismo para a redução, neutralização ou controle.

Além do tamanho dos círculos e as cores representativas dos riscos, o MRs ainda deve indicar o número de trabalhadores expostos e a especificação dos agentes de risco (PAVAN; SAVI, 2012). O Quadro a seguir apresenta um exemplo de risco biológico expressando a gravidade dele. A partir deste modelo, essa forma de expressão pode ser adotada para todos riscos (físico, químico, ergonômico e de acidente).

Figura 7: Exemplo de gravidade do risco biológico na forma de círculos

Fonte: Adaptado pelo autor.

NOVOS DESAFIOS

No centro cirúrgico de um hospital, um risco biológico pequeno e médio pode ser considerado o contato com microrganismos patogênicos, doenças infectocontagiosas, materiais e lixo contaminados. Nos riscos ergonômicos, como trabalhar em pé, a postura inadequada e esforços físicos durante o atendimento dos pacientes, a gravidade é pequena, enquanto que na manipulação de detergentes, desinfetantes e medicamentos (risco químico), o grau de risco pode variar de pequeno a médio. Na ocorrência de cortes com materiais perfurocortantes (risco de acidente), a gravidade é pequena à média.

E, por fim, os riscos físicos, como as radiações ionizantes, considera-se grau pequeno. Lembre-se que a gravidade está diretamente associada à prevenção, isto é, menor será o grau de exposição do trabalhador ao risco quanto mais difundido for o uso de equipamentos de proteção individual e coletiva (PAVAN; SAVI, 2012).

REFERÊNCIAS

ABNT. ABNT NBR 13434. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores. ABNT, 2004.

ALANIS, A. J. Resistance to antibiotics: are we in the postantibiotic era? Archives of Medical Research, v. 36, n. 6, p. 697-705, 2005.

BARDIN, B.; PERRISSOL, S.; FACCA, L.; SMEDING, A. From risk perception to information selection… And not the other way round: selective exposure mechanisms in the field of genetically modified organisms. Food Quality and Preference, v. 58, p. 10-17, 2017.

BENATTI, M. C. C.; NISHIDE, V. M. Elaboração e implantação do mapa de risco ambiental para prevenção de acidentes do trabalho em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 8, n. 5, p. 13-20, 2000.

BRASIL. Lei nº 11.105, de 24 de Março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória no 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2005. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11105.htm Acesso em: 26 out. 2018.

Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Classificação de risco dos agentes biológicos. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006b. 36p.

Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com agentes biológicos. 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006c, 52p.

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REFERÊNCIA ON-LINE

1Em: https://qualidadeonline.wordpress.com/2013/05/09/sinalizacao-de-seguranca-pode-evitar-muitosacidentes-do-trabalho/Acesso em: 26 out. 2018.